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O Charuto do Xixão

  • Foto do escritor: Zeca Sampaio
    Zeca Sampaio
  • 22 de nov. de 2021
  • 2 min de leitura

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Conta, a velha guarda, que o Xixão não nasceu com um charuto na boca. Há controvérsias.


Lembro um Carnaval das antigas, não posso dizer exatamente o ano, muito menos o dia, em que o tema foi levantado na bancada do Vavá.


Alguns asseguravam ter estado presentes na maternidade no dia em que a digníssima Ima (xi, não mete a mãe no meio) trouxe à luz o nosso bastião de valores e folião inveterado.

Dentre esses, alguns diziam ter já ali percebido o indefectível charuto sendo mamado, no lugar do costumeiro leite materno. Outros garantem que não. O Charuto teria entrado em priscas eras, em um dos primeiros desfiles do Glorioso, ainda em seu berço esplêndido, mas não em maternidades.


A paternidade do charuto, segundo fontes seguras, foi outra, que passo a relatar.

É sabido que os primeiros desfiles do VQQ não tinham a previsibilidade e a organização suíça dos atuais. Naquele tempo, tudo era mais incerto, mais improvisado. Sem contar as dificuldades de um ancião em recontar com um mínimo de ordem fatos que em sua memória se misturam com fantasias, lamês, e batucadas...


Em uma dessas perdidas efemérides da antiguidade do bloco dizem que lá pelas tantas apareceu um sujeito vestido de gala. Terno branco, chapéu, gravata, samba no pé e elegância carnavalesca irretocável. E, claro, charuto na boca. O nome ninguém lembra não, mas o estilo era inesquecível.


O novo folião seguiu com o bloco por diversas quadras, foi mestre-sala, foi abre-alas, foi destaque e diretoria. Populares, acreditando ser ele um importante membro da diretoria, lhe pediam informações, que ele dava sem maiores sovinices.


Reinou durante toda a descida da Teodoro, mas já no bar do Vavá quando todos esperavam aplacar a curiosidade, não estava mais lá. Ficou a panca, ficou a figura mitológica.


Quando o bloco iniciou o movimento de volta, lá estava novamente o bacanudo. De novo brilhava como um galã de fotonovela em baile de debutantes.


Mais algumas quadras, e quando o bloco retornava a Benedito, já tinha sumido de novo.

Não consegui levantar com certeza quantas vezes essa cena se repetiu, cada um lembra uma parte e as partes não se juntam num todo.


O fato é que a lenda do garboso brincalhão estava formada, suas raízes lançadas e sua presença jamais esquecida.


Daí, que no próximo Carnaval, o Xixão foi lá na 25 comprar os agora tradicionais chapéus VQQ e apareceu no sábado na praça com seu chapéu, sua estica, e um belo charuto na boca.


Não sei se foi assim, só sei que me contaram. Tô vendendo o peixe como foi comprado. Quem quiser que acredite, ou então que conte outra.


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