"Em uma noite de 1979, dois amigos são barrados nos desfiles da Avenida Tiradentes e, ao lado de outros populares "sem Carnaval", improvisam uma roda de samba nas franjas da festa oficial.

    Ao amanhecer decretam: "vamos montar um bloco". Dois anos depois, no Carnaval de 1981, nasceu o Vai Quem Quer. O resto é história.

    O retrato que emerge da narrativa afetiva e rigorosa é o de um organismo vivo, de resistência. Mais que um bloco, uma experiência de aproximação improvável de diferentes tribos, de respeito à diversidade e ao diálogo. Uma celebração de amizades de vida inteira renovadas em encontros anuais. Sempre em fevereiro, nos quatro dias de Carnaval.

    O bloco Vai Quem Quer é hoje símbolo e referência de Carnaval de rua em São Paulo. Os primeiros foliões eram professores e alunos de Educação de Jovens e Adultos do Colégio Santa Cruz e seus amigos, depois o veio a experiência ruim de ser patrocinado por uma marca de cerveja aguada, a controvertida contratação de músicos profissionais, os encontros tensos com as forças da lei, a alegria de ter a presença de crianças e do povo das ruas, o desafio artístico das alegorias e adereços, as dores do crescimento, a falta de lugar no Carnaval oficial e comercial, a “clã destinidade” em bairros incógnitos, a bateria Chama Chuva, os saraus online, o Berçário de Sopros e um olhar para o futuro.